THE FUSE

[EN] A Letter to All Women — Part 2

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Just another point of view.

Finally… things began to change. Women fought for their rights, and we must give due value to all those who fought for us and even died believing in the cause. We deserved this release from invisible chains that held us back, when our minds are simply remarkable.
The fear of being an individual human being gradually faded over the years, without denying that patriarchy remains, to this day, deeply rooted. Many older women kept old habits, as that was how they were raised, and as a consequence, their daughters and sons were raised the same way. In some families, real change never happened across generations.
Nowadays, that younger family member is labelled the black sheep, the outsider, or even the mad one. Often, they are simply the only ones who see that something is wrong and that a drastic change is needed: live and let live. No one belongs to anyone. Who decided that one person was the property of another? Ah yes… in primitive times, when men went out to hunt and women stayed at home preparing food for whatever hunt might return, caring for children and satisfying men’s needs often in extremely violent ways, without love, just like irrational animals. But we are rational beings. We have the ability to see and decide whether we choose to hurt or harm someone.
To all the women who fought for us, who gave us some freedom and taught us their values: we do not want to be men. We want the same rights as men to be treated as human beings, not as property.
Thank you for helping us vote, work and earn a more dignified wage. Thank you for helping us study and show the world that women are capable of more than being decorative. Women can work, raise children, and choose their husbands out of love and companionship. Men began to change their mindsets and, little by little, to give us the value we deserve, despite their resistance. Before, this was not normal. Women were not meant to be heard and thinking, even less so.
Without forgetting that many families believed this freedom was wrong and continued to perpetuate behaviours rooted in machismo and patriarchy. This does not invalidate the fact that some women prefer it that way: they want to be cared for by men and to relinquish their power. All choices are valid but now they are choices, not impositions.
No one should be judged for freely choosing to live by what they were taught and for wanting to remain that way.
Over the years, what has become clear is that people who choose differently constantly judge one another instead of supporting individual decisions. Men noticed this and began to play the game of beauty, subtly placing women against each other. Envy, rivalry and competition were created: who is the best, the most beautiful, the most intelligent… comparison. Women did not realise it and fell into the trap.
Sisterhood is spoken about a lot, yes but it is not real.

[PT] Uma Carta para Todas as Mulheres — Parte 2
Apenas mais um ponto de vista.
Finalmente… as coisas começaram a mudar. As mulheres lutaram pelos seus direitos e temos de dar o devido valor a todas as que lutaram por nós e até morreram a acreditar na causa. Nós merecíamos esse soltar de correntes invisíveis que nos travavam, quando o nosso cérebro é simplesmente maravilhoso.
O medo de ser um ser humano individual foi-se dissipando com o passar dos anos, sem negar que o patriarcado continua, até aos dias de hoje, bastante enraizado. Muitas mulheres com alguma idade mantiveram velhos hábitos, pois foi assim que foram criadas e, por consequência, as suas filhas e filhos também o foram. Nunca houve uma real mudança em algumas famílias durante gerações.
Hoje em dia, chamam a esse membro mais novo da família a ovelha negra, o deslocado ou até o louco. É, muitas vezes, apenas o único que vê que algo não está certo e que é necessária uma mudança drástica: viver e deixar viver. Ninguém é de ninguém. Quem decidiu que alguém era propriedade de alguém? Ah, sim… foi nos tempos primitivos, quando os homens saíam para caçar e as mulheres ficavam em casa a preparar o caldo para a caça que viesse, a cuidar dos filhos e a satisfazer os homens nas suas necessidades muitas vezes de forma violentíssima, sem amor, exatamente como animais irracionais. Mas nós somos racionais. Temos a capacidade de ver e decidir se vamos magoar ou ferir alguém.
A todas as mulheres que lutaram por nós, que nos deram alguma liberdade e nos ensinaram os seus valores: não queremos ser homens. Queremos ter os mesmos direitos que os homens, ser tratadas como seres humanos e não como propriedade.
Obrigada por nos ajudarem a votar, a trabalhar e a ter um ordenado mais digno. Obrigada por nos ajudarem a estudar e a mostrar ao mundo que as mulheres são capazes de mais do que servir de adorno. As mulheres conseguem trabalhar, cuidar dos filhos, escolher os seus maridos por amor e companheirismo. Os homens começaram a mudar as suas mentalidades e, aos poucos, a dar-nos o devido valor, apesar das suas resistências. Antes, não era normal. A mulher não costumava ser ouvida e pensar, muito menos.
Sem esquecer que muitas famílias acreditaram que essa liberdade era errada e continuaram a perpetuar comportamentos de machismo e patriarcado. Sem invalidar que algumas mulheres preferem assim: querem ser cuidadas pelos homens e ceder o seu poder. Todas as escolhas são válidas mas agora são escolhas, não imposições.
Ninguém deve ser julgado por decidir livremente viver com aquilo que lhe foi ensinado e por querer manter-se assim.
Ao longo dos anos, o que se demonstrou foi que as pessoas que escolheram diferente julgam-se constantemente umas às outras, em vez de apoiarem as decisões individuais. Os homens repararam nisso e começaram a jogar o jogo da beleza, colocando as mulheres umas contra as outras de forma subtil. Foi-se criando inveja, rivalidade e competição: quem é a melhor, a mais bonita, a mais inteligente… a comparação. As mulheres não perceberam e caíram na armadilha.
Sororidade é muito falada, sim mas não é real.